A vegetação ao longo da faixa de domínio de uma estrada é extremamente importante, desde que ecológica e seguramente projetada. Há muitos anos eucaliptos e pinus foram plantados rente aos bordos da pista com o intuito de criar um anteparo natural para evitar acidentes. Com o passar do tempo estas árvores transformaram-se em barreiras cujos troncos atingem até 1,20m de diâmetro e representam, para os motoristas, riscos de acidentes e interrupção do tráfego por causa da queda de galhos e/ou árvores ou pelo efeito estrobo (claro-escuro) que provoca sonolência em alguns condutores de veículos.
Segundo o Relatório da Supervisão de Segurança do DER-MG/DNER, de 2002, as espécies de madeira branca e leve devem ser plantadas a distâncias maiores que 15 m da borda da pista, pois quebram com maior facilidade e obstruem a pista. Já as espécies exóticas (como eucaliptos e casuarinas) só devem ser utilizadas no caso de ser necessária uma arborização de rápido crescimento, porém com espécies nativas intercaladas. É importante evitar o uso de muitas plantas de uma mesma espécie em um só local, porque a variação de formas e cores oferece maior conforto visual aos motoristas. Além disso, o relatório destaca a necessidade de preservar 6 m além da borda da pista sem plantio em regiões planas e trechos com longas tangentes; e 10 m em locais de curvas acentuadas e forte declividade.
Confira algumas funções do plantio arbóreo descritas no Relatório da Supervisão de Segurança do DER-MG/DNER:
1. Correção visual e proteção de abismos
Plantar diferentes espécies de árvores e arbustos proporciona maior conforto visual aos usuários das vias, concede proteção em abismos naturais e também “disfarça” os efeitos psicológicos negativos que abismos causam sobre passageiros e motoristas.
Abismo oculto pelo verde (anteparo verde a possíveis quedas)
2. Realce de placas
Placas podem ser melhor visualizadas se estrategicamente realçadas pelo uso de maciços arbustivos que as emoldurem.
3. Tangentes de grandes extensões
O abuso da velocidade é comum em tangentes extensas, pois estas geram maior tensão e cansaço aos motoristas. O uso de diferentes elementos vegetais quebra a monotonia destes trechos e diminui a tensão da viagem.
4. Tangentes e curvas em declive
Árvores plantadas em semicírculos que se aproximam da pista proporcionam ao motorista a sensação de que existe, além da curva vertical, a curva horizontal à frente.
5. Sinalização viva
O fator segurança também depende da utilização do elemento vegetal como sinalização viva, induzindo à redução da velocidade quando o condutor do veículo percebe melhor o traçado da pista.
6. Obras de arte especiais
O emprego de fileiras de árvores, plantadas em ângulo de 45° com a estrada, canaliza o fluxo dos veículos antes de pontes, viadutos e estreitamento de pistas serve de advertência ao motorista que deverá diminuir a velocidade.
7. Retornos operacionais
Os retornos operacionais podem receber plantio de árvores acompanhando o traçado da estrada.
Na cidade
Nas cidades a arborização vai além do embelezamento, pois as árvores são essenciais para combater a formação dos centros de calor, característicos de áreas urbanas, e na manutenção da qualidade do ar. O plantio arbóreo deve ser planejado pensando nisso e no trânsito de pessoas e veículos. As árvores não podem ter raízes expostas – para não danificar a pavimentação e, logo, o caminho do pedestre – e as espécies não podem ter galhos baixos para não atrapalhar a visibilidade no trânsito.
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