Relembre sua primeira aula na autoescola. Quais foram as primeiras lições de segurança que você recebeu? “Mantenha distância do veículo da frente”, “respeite o limite de velocidade”, “dê passagem”, “só ultrapasse onde for permitido”. Fáceis de entender, fáceis de lembrar e simples para serem colocadas em prática. E por que, ao analisar as estatísticas, vemos que essas lições muitas vezes não são aplicadas?
De acordo com um estudo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit), realizado com dados do Departamento da Polícia Rodoviária Federal (DPRF), a média de acidentes em todo o território brasileiro (em rodovias federais) foi de 188 mil em 2011. Número que só vem aumentando mesmo com a intensificação de campanhas educativas.
Onde errei?
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determina que os veículos maiores e motorizados sejam responsáveis pelos menores e não motorizados (art. 29, § 2º), mas é preciso antes conhecer certos limites dos outros veículos.
Além de pensar na própria segurança, o condutor deve prezar pela segurança dos outros, mas isso nem sempre acontece. Muitas atitudes no trânsito, mesmo as inocentes, podem ter uma grande consequência. Por exemplo, ultrapassar caminhões – há mais de 2,3 milhões deles nas estradas (dados do Denatran, de 2012). Uma questão de segurança em relação a um veículo de carga é certificar-se de que, além da faixa permitindo a ultrapassagem, ela seja feita de forma segura. Esses veículos tendem a alcançar maior velocidade em descidas, o que torna mais perigosa a manobra e faz com que muitos se arrisquem. Outro exemplo é a ultrapassagem de várias carretas ao mesmo tempo. O condutor se arrisca e durante a manobra percebe que não há tempo suficiente para fazer a ultrapassagem completa, assim acaba se colocando entre eles. O risco é alto, levando-se em conta que o veículo de carga leva o dobro do tempo até parar, devido à inércia. Em 2011, colisões traseiras foram a maior causa de acidentes em rodovias federais, registrando um total de 54.999 (DPRF, 2012 – ref 2011).
Eu respeito o outro
O número de feridos em acidentes de trânsito é ainda mais alarmante que o número de mortos – em 2011, foram registradas nas rodovias federais 63.980 vítimas (DPRF).
Confira os tipos de acidentes e seus números:
Tipo de acidente | TOTAL | Com vítima fatal | Com ferido | Sem vítima | Não informado |
Choque com objeto fixo | 14.699 | 327 | 4.190 | 9.905 | 277 |
Capotagem | 7.352 | 317 | 3.849 | 2.995 | 191 |
Atropelamento | 6.221 | 1.348 | 4.699 | 167 | 7 |
Atropelamento de animal | 4.365 | 77 | 1.076 | 3.197 | 15 |
Choque com veículo estacionado | 546 | 13 | 83 | 447 | 3 |
Colisão traseira | 54.999 | 590 | 11.691 | 42.688 | 30 |
Abalroamento no mesmo sentido | 30.549 | 361 | 6.643 | 23.529 | 16 |
Colisão frontal | 6.218 | 1.734 | 3.232 | 1.240 | 12 |
Abalroamento em sentido oposto | 1.717 | 115 | 703 | 899 | 0 |
Abalroamento transversal | 19.065 | 589 | 9.173 | 9.292 | 11 |
Tombamento | 6.150 | 158 | 2.774 | 3.176 | 42 |
Saída de pista | 24.933 | 665 | 8.967 | 14.844 | 457 |
Atropelamento e fuga | 1.133 | 394 | 732 | 4 | 3 |
Queda de veículo | 5.927 | 237 | 5.327 | 322 | 41 |
Outros tipos | 5.051 | 83 | 841 | 4.086 | 41 |
Total | 188.925 | 7.008 | 63.980 | 116.791 | 1.146 |
Fonte: DPRF, 2012, ref 2011.
Uma campanha feita pelo Denatran é mais uma tentativa de conscientizar o motorista que no trânsito sua vida também está em jogo.
Você sabia?
Além dos fatores mais conhecidos como desatenção, sono ou falar ao celular, também integram a lista de causas de acidentes: apagar cigarro, chamar atenção dos filhos e conversar com o passageiro. Saiba mais!
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